UFBA terá 2 institutos estaduais de ciência, inovação e tecnologia financiados pela Fapesb
Dois projetos da UFBA darão origem a novos institutos estaduais de ciência, inovação e tecnologia financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de Bahia (Secti). Energias renováveis e desenvolvimento de sistemas seguros, inteligentes e intensivos em dados são as áreas em os novos institutos atuarão, sob a liderança de pesquisadores da Universidade.
Os projetos, contemplados no final de 2022, foram o Incitere (Instituto de Ciência, Inovação e Tecnologia em Energias Renováveis) e o SI2 (Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento de Sistemas Seguros, Inteligentes e Intensivos em Dados), submetidos, respectivamente, pelos professores da Escola Politécnica, Ednildo Andrade Torres e do Instituto de Computação (IC), Eduardo Santana de Almeida.
“É um orgulho para a UFBA ter essas duas propostas aprovadas no âmbito do Incite, um grande programa de incentivo à produção de conhecimento financiado pela Fapesb. Estamos certos que nosso Estado ganha em muito com essas duas iniciativas, por se tratar de temas tão relevantes para a sociedade contemporânea, como a questão da matriz energética e a busca por segurança de dados em um mundo cada vez mais digital”, afirma o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFBA, Ronaldo Lopes Oliveira.
Conheça abaixo mais detalhes sobre os dois Institutos de Ciência, Inovação e Tecnologia do Estado da Bahia, idealizados pela UFBA, e que serão mantidos com recursos da Fapesb.
INCITERE
O Instituto de Ciência, Inovação e Tecnologia em Energias Renováveis do Estado da Bahia “será uma entidade dinâmica, colaborativa, inclusiva e integradora, capaz de congregar diversos atores do sistema estadual de ciência, tecnologia e inovação do Estado da Bahia, para incentivar a pesquisa científica, tecnológica e de inovação em energias renováveis, com a formação qualificada de recursos humanos”, informa o coordenador do novo instituto, professor Ednildo Torres, do Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica.
“Pesquisadores dos programas de pós-graduação componentes da proposta formarão redes de cooperação interinstitucionais e interdisciplinares para facilitar o desenvolvimento de produtos tecnológicos com benefícios para diferentes setores da sociedade baiana”, explica Torres.
Ainda segundo o coordenador, a missão do Incitere é liderar a área de ensino, pesquisa e extensão em energias renováveis, promovendo a pós-graduação, pesquisa, inovação, empreendedorismo e transferência de tecnologia, nos cenários nacional e internacional. O novo instituto atuará também no aperfeiçoamento dos cursos de graduação, nível médio e técnico, contribuindo com a infraestrutura estadual de ciência, tecnologia e inovação e suas instalações e fazer uma gestão inclusiva para atender a toda a sociedade.
Com a visão de transformar o Incitere “em um ambiente acolhedor e produtivo para pesquisadores, professores, estudantes desenvolverem trabalhos relacionados as energias alternativas”, o docente salientou a capacidade técnica da equipe envolvida no instituto – composta por 82 pesquisadores, oriundos de seis institutos de ciência e tecnologia do Estado da Bahia e de Portugal, com mais oito pesquisadores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Nos últimos cinco anos, esse grupo publicou 194 artigos em congressos, revistas e periódicos indexados, além de atuarem em nove laboratórios de pesquisa e 14 subprojetos relacionados às energias renováveis, enumerou Torres.
Por isso, “a formação de recursos humanos qualificados e treinamento profissional fazem parte das metas estratégicas do Incitere”, afirma o coordenador, vislumbrando que “os estudantes deverão ter formação com profundidade e abrangência que permita ultrapassar a fronteira das disciplinas e subáreas envolvidas no tema e que o habilitem a atuar de forma multi e interdisciplinar”. Como exemplo da formação que se pretende incentivar nesta proposta, cita-se o Programa de Engenharia Ambiental (PGEnAm) com a realização de escolas internacionais, seminários, workshops, etc.
“No âmbito das atividades formais e alternativas, os pesquisadores do Incitere deverão revigorar o antigo programa ‘O Cientista Volta à Escola’ – implantado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Energia e Ambiente – que ofertará kits didáticos e visitará escolas de nível médio, situadas na região dos municípios de Camaçari, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Irecê e adjacências, apresentando conferências regulares, aulas práticas e etc”, conta Torres.
Com relação aos profissionais de indústrias, já existe um fluxo regular de estágios e treinamento nos laboratórios dos membros do Instituto, bem como de atividades diretamente planejadas para estes no âmbito do Incitere. As atividades deverão ser ampliadas e, de acordo com a configuração do instituto, a mobilidade interestadual ou nacional ou internacional será fortemente estimulada.
O estágio em nível de pós-doutorado será tratado, também, como possibilidade na busca à convergência nos campos de pesquisa, o que facilitará o desenvolvimento de novos profissionais e cientistas que reconheçam quão multifacetados e profundos são os desafios científicos e tecnológicos e quanto inteligente será o esforço necessário para integrá-los. Também serão fomentadas ações em outras instituições participantes para a abertura de novos cursos de pós-graduação como por exemplo nas instituições parceiras da UFBA, neste projeto.
Interação, interesse; natureza; ciência; inovação, intercâmbio; tecnologia, transferência, transição; energia, empreendedorismo, ecoeficiência; renovável, reciclável, reuso estão entre os valores que nortearão a gestão do Instituto. “O atendimento de critérios balizadores e transparentes, de modo a preservar os princípios norteadores da proposta será fundamental para garantir a agregação de valor adicional a cada nova admissão, contribuindo para a natural e desejada evolução temporal”, define Torres.
SI2
O Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento de Sistemas Seguros, Inteligentes e Intensivos em Dados (SI2) “foi criado para desenvolver pesquisa de ponta nas áreas estratégicas. Além disso, o instituto terá um papel importante na formação de recursos humanos de alto nível (mestrandos, doutorandos e pesquisadores de pós-doutorado), estabelecimento de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) com grandes empresas, fomentar o desenvolvimento de startups e produtos inovadores”, informa o coordenador, Eduardo Almeida.
“Foi uma grande conquista, ao mesmo tempo que representa uma grande responsabilidade. O SI2 contempla eixos importantes relacionados à área de ciência da computação tanto do ponto de vista da indústria, quanto de pesquisa”, completou o docente.
O SI2 também conta com o vice-coordenador, professor Gustavo Bittencourt, além de mais de 20 pesquisadores de 6 instituições nacionais e internacionais, incluindo universidades de destaque mundial, como por exemplo, a University of California, Irvine (UCI). Com a aprovação do projeto, novos parceiros internacionais e empresas também devem se juntar ao instituto.
“A concepção do projeto aconteceu dentro do Instituto de Computação da UFBA”, disse, relembrando que “nós já vínhamos discutindo a necessidade de se montar uma estrutura de pesquisa e desenvolvimento unindo as diferentes competências e demandas da academia e indústria. Assim, no momento que a Fapesb lançou a chamada, partimos para definir esse desenho do que seria o SI2. “Do desenho inicial – definido em conjunto com o vice-coordenador e demais pesquisadores – convidamos outras instituições e parceiros no Brasil e no exterior. Durante três meses trabalhamos nesse desenho que deu origem às bases iniciais do SI2”, disse o docente.
Segundo Almeida, os pesquisadores envolvidos no SI2 têm “as melhores expectativas possíveis, pois trazem uma agenda longa e ambiciosa” desde o primeiro ano do instituto de ciência, com as seguintes atividades: práticas seguras de engenharia de software em um processo de engenharia para sistemas ciberfísicos; geração de artefatos tecnológicos que permitam o desenvolvimento seguro e eficaz de aplicações IoT (inteligência das coisas), com o apoio da blockchain; desenvolvimento de infraestrutura segura com adoção da blockchain para ambientes de IoT, Nuvem/Névoa/Borda, além de redes de computadores; desenvolvimento de artefatos tecnológicos e de pesquisas com foco em sustentabilidade e monitoramento da biodiversidade regional; investigação e desenvolvimento de modelos de Inteligência Artificial (IA) para diagnóstico e tratamento de doenças raras; criação de modelos de visualização de dados baseados em realidade aumentada e realidade virtual voltados à análise de dados; desenvolvimento de um modelo de digital twins voltado para cidades inteligentes.
Além disso, há planos para publicações internacionais qualificadas; geração de artefatos tecnológicos que permitam o desenvolvimento seguro e eficaz de aplicações IoT, com o apoio da blockchain; formação de estudantes de Iniciação Científica (IC) e especialistas em áreas da Engenharia de Sistemas; aplicações resultantes de demandas da indústria e desenvolvimento de aplicações resultantes de demandas da indústria através do Hub Salvador, Parque Tecnológico de Salvador e empreendedores nas áreas do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento de Sistemas Seguros, Inteligentes e Intensivos em Dados – SI2, do Instituto de Computação da UFBA.
Fonte: UFBA / Edgardigital
Foto: Edgardigital – os professores do Instituto Computação que coordenam o SI2: o coordenador, Eduardo Almeida (à direita) e o vice-coordenador, Gustavo Bittencourt (à esquerda).