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Cerimônia de anúncio do novo presidente do CNPq exalta a importância da ciência para o Brasil

A Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou a recomposição integral do orçamento do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), principal instrumento público de financiamento da ciência no Brasil. O anúncio foi feito durante a cerimônia de posse do novo presidente do CNPq, Ricardo Galvão, realizada na terça-feira, 17 de janeiro, no auditório do edifício-sede do CNPq, em Brasília. “Encerramos um longo período de descaso e de desvalorização da pesquisa científica e de desenvolvimento científico e tecnológico do país”, afirmou a Ministra.

Luciana Santos ressaltou a necessidade de a ciência e a tecnologia ocuparem posição de política de Estado. “Não é possível imaginar um projeto de nação sem nossas instituições que estão a serviço da inteligência e do conhecimento”, disse a ministra, ao comunicar a recomposição integral do orçamento do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), principal instrumento público de financiamento da ciência no Brasil. A decisão põe fim aos limites impostos pela Medida Provisória Nº 1.136, de 29 de agosto de 2022, que perderá a validade no início de fevereiro.

Para o novo presidente do CNPq, o físico Ricardo Galvão, o Brasil ainda tem muito a avançar, mas a ciência voltará a promover grandes avanços para a nossa sociedade. “Há pouco mais de um mês derrotamos a truculência negacionista em nosso país. Esta cerimônia e a indicação da professora Mercedes Bustamante para a CAPES são a comprovação de que nossa ciência sobreviveu ao cataclisma político promovido por um governo negacionista, que empreendeu um verdadeiro desmonte das políticas públicas em diversas áreas”, frisou Galvão. Ele agradeceu a confiança nele depositada pelo Presidente da República, Lula da Silva, e pela Ministra Luciana Santos. Galvão também agradeceu à Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, por o ter convencido da relevância da ciência para as atividades políticas e congratulou o ex-presidente do CNPq, Evaldo Vilela, por ter conduzido o CNPq em momento crucial, quando este Conselho era ameaçado de se juntar com a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Ricardo Galvão fez, ainda, uma deferência especial aos servidores do CNPq. “Vocês foram o sustento contra esse governo”, disse ele, referindo-se ao governo passado. Os servidores e colaboradores do CNPq também foram mencionados no pronunciamento do ex-presidente deste Conselho, professor Evaldo Vilela, que elogiou a eficiência e o comprometimento do corpo de servidores e frisou a necessidade de realização de concurso. “O CNPq hoje possui apenas um terço do número de servidores que tinha no início dos anos 2000”, pontuou.

Segundo Vilela, durante sua gestão foram realizadas muitas transformações, visando a um CNPq mais ágil. Ele lembrou que, apenas em 2022, a instituição gerenciou mais de 60 chamadas com aporte de recursos provenientes do FNDCT e financiou 5,5 mil projetos, além das bolsas concedidas, que, somadas às já existentes, beneficiaram 130 mil bolsistas. “Para o Brasil, ainda são números pequenos. Nós precisamos ampliar isso, mas são significativos”, salientou. Para ele, o CNPq está muito mais fortalecido para uma sociedade convencida da importância da ciência para o desenvolvimento do Brasil. “Hoje nós somos o berço de alguns dos nomes mais importantes da ciência mundial”, lembrou ele, citando a professora Mercedes Bustamante, atual presidente da CAPES, também presente à cerimônia.

O evento de posse do novo presidente do CNPq, Ricardo Galvão, contou com a presença de representantes da comunidade científica e acadêmica como a presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader; o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine; as reitoras da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Regina Goulart Almeida, além de presidentes de associações e sociedades científicas.

TRAJETÓRIA CIENTÍFICA        

Ricardo Galvão é professor titular aposentado do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em física de plasmas e fusão nuclear controlada. Ele foi diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) entre 2004 e 2011 e presidente da Sociedade Brasileira de Física(SBF), entre 2013 e 2016. O professor Galvão também foi diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de 2016 a 2019, quando defendeu publicamente a correção e a lisura dos dados produzidos por aquele instituto sobre o desmatamento da Amazônia. Em 2019, o professor foi apontado pela revista Nature como o primeiro de uma lista de dez pesquisadores considerados mais relevantes para a ciência. Em 2021, o professor Galvão recebeu o Prêmio pela Liberdade e Responsabilidade Científica, concedido pela Associação Americana para o Avanço da Ciência.

Fonte: CNPq

Foto: Roberto Hilário ACS-CNPq

 

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