Pesquisadores criam novos alimentos à base de cogumelos na Bahia
Quem se depara com a ideia de uma granola feita de cogumelo pode estranhar a combinação, mas Silmara garante que o resultado final é o mais próximo da cobertura que o público conhece e adora. “Nosso projeto nasceu de uma pesquisa do estudante Luís Felipe, do curso de química da Uesb, que fazia parte do grupo de Análises Químicas e Sensoriais de Alimentos, que já desenvolveu pães, hambúrgueres, etc. Nosso foco sempre foi a criação de novos alimentos, feitos de cogumelo, até que decidimos desenvolver a granola”, disse Silmara, ressaltando a importância da autonomia dos seus alunos. “Lá no laboratório, eu sempre quis que os alunos tivessem seus próprios trabalhos, elaborassem as próprias pesquisas, pois ser pesquisador não envolve somente a vida em laboratório, mas também planejamento, estudo de metodologia, testagem, então é muito gratificante para mim saber que esse trabalho veio de uma iniciação científica, para além dos projetos de pós-graduação da Uesb”.
A professora afirma que no Brasil é mais raro se deparar com trabalhos que criam alimentos à base de cogumelo, mas que essa é uma realidade comum no exterior. “Países que consomem mais esses fungos costumam investigar o seu potencial de forma mais ampla na indústria alimentícia. Aqui ainda temos poucos projetos nessa área, mas existem muitas pesquisas que reutilizam matérias-primas em formulação alimentícia, como é o caso da biomassa de fermentação, mas a nossa principal inovação é a aplicação do cogumelo, especificamente. Aqui nós temos a possibilidade de um empreendimento na área de processo de produto e pesquisa”.
Com o projeto praticamente concluído, faltando somente a análise de algumas substâncias que são consideradas relevantes, Silmara diz que a próxima etapa é a inserção do alimento no mercado consumidor. Para isso, serão necessárias análises de público-alvo, aceitação do produto, entre outros. “Estamos ofertando a diversidade de mais um produto, com potencial medicinal, que veio de uma iniciação científica e agora está se transformando em uma comida que poderá ser consumida por diversas pessoas. Estamos falando de um produto alimentício que nasceu de uma instituição pública, para que a sociedade possa entender que muitas das pesquisas que desenvolvemos são realmente aplicadas. Se uma granola como esta ganha a aceitação do público, para que ela possa ser produzida, precisaríamos de mais cogumelos, então entramos diretamente no setor do agronegócio, que pode ser impactado com nosso projeto”, completou.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br.
Fonte: SECTI
Foto: divulgação