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Debate na Ufba aponta rumos para maior aproximação entre universidade e sociedade

Com a aprovação da Política Nacional de Educação Digital (Lei nº 14.533, de 11 de janeiro de 2023), a preocupação das instituições públicas de educação com o incentivo e desenvolvimento da ciência e tecnologia brasileiras tende a aumentar. Na Universidade Federal da Bahia, essa tendência foi claramente evidenciada com a realização de mesas de discussão sobre ciência e tecnologia durante o Congresso UFBA 2023.

“A Política Nacional de Educação Digital moderniza a educação brasileira, pois aponta uma mudança de rumo na ciência e tecnologia brasileiras e representa um momento positivo para a educação”, disse o  professor da Universidade Federal do Ceará Ênio Pontes de Deus, na mesa “Política nacional de educação digital e os rumos da C&T no país”. Levando em conta essa perspectiva de mudança, o vice-reitor da UFBA, professor Penildon Silva Filho, na mesa “Pesquisa aplicada e inovação: o que o marco legal de CT&I estabelece e as boas práticas no Brasil”, enfatizou que é preciso indagar: “qual projeto de desenvolvimento queremos para o Brasil?”

Nesse “projeto desenvolvimentista”, segundo Pontes, “deve entrar a atuação das universidades públicas, instituições que têm o papel fundamental, por serem a força-motriz do desenvolvimento científico nacional”, destacou o professor, que integrou a equipe de transição, na área de educação, para o atual governo federal.

Segundo Pontes, “é preciso desenvolver estratégias que potencializam políticas públicas de educação digital para incluir populações vulneráveis”. Em concordância, a pesquisadora e docente na UFBA Ana Lúcia Barbosa Góes acrescentou que, “para essa importante atuação da universidade não é preciso fazer grandes articulações, basta observar o aspecto da formação de professores, dando  atenção especial a disciplinas voltadas à educação digital. Realizar um letramento digital dos professores, preparando para formar cidadãos com discernimento”.

Neste sentido, o professor do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação – ICTI / campus da UFBA em Camaçari, Milton Sampaio Correia Filho, também na mesa “Pesquisa aplicada e inovação: o quê o marco legal de CT&I estabelece e as boas práticas no Brasil”, apontou que ainda existe o “desafio do pensamento de formação de pessoal para a indústria analógica”. Correia Filho destaca que é preciso focar numa “educação baseada não no aspecto conteudista, mas no preparo de indivíduos com competências para a sociedade atual”.

A superação desse desafio, juntamente com um movimento de aproximação da universidade em direção a indústrias, empresas e instituições de pesquisa atuantes na sociedade pode, sim, ser uma possibilidade real. Prova disso é o funcionamento do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTI) no campus da UFBA em Camaçari, exposto por sua diretora pro-tempore, Maiana Brito de Matos, na mesma mesa.

Matos apresentou “o potencial dos cursos” ofertados em dois ciclos pela UFBA/Camaçari. “O Instituto tem espaço e infraestrutura para desenvolver ciência, tecnologia e inovação, por isso, colabora com a pesquisa, extensão e capacitação e consultoria na região em que está inserida”, disse.

Além disso, “a vocação tecnológica desses cursos, principalmente, para áreas em ascensão robótica submarina, engenharia de materiais e inteligência artificial, fomentam a parcerias entre a universidade e outras instituições de educação com parques tecnológicos como o Instituto Federal Tecnológico da Bahia (IFBA) e  os parques industriais de Camaçari”, destacou Matos.

Diante desse movimento de aproximação da universidade em direção aos setores produtivos de ponta na economia baiana, o secretário estadual do trabalho e desenvolvimento econômico, Paulo Henrique Silva – que é também professor aposentado da UFBA – , elencou as oportunidades e áreas em crescimento sobre as quais as pesquisas podem se debruçar. Dentre essas áreas tecnológicas estão energia eólica, biomassa, celulose, hidrogênio verde, mineração, óleo e gás e fertilizantes.

HACKATHON SÓCIO-AMBIENTAL 

Seguindo a linha de realização de atividades tecnológicas comprometidas com a sociedade e baseadas na proteção ao meio ambiente, a mesa “Planejamento do Hackathon UFBA: impacto socioambiental na indústria” analisou as possibilidades e potencialidades para a realização do evento, uma maratona com equipes multidisciplinares de estudantes de diversas áreas focados na busca de solução para um problema apresentado com o desafio para a competição, explicou o coordenador de Criação e Inovação da Pró-Reitoria de Ensino de Pós-Graduação da UFBA, Paulo Pietrobon de Oliveira Gomes.

Segundo Pietrobon, as discussões dessa mesa tiveram o objetivo de reunir opiniões dos convidados, a fim de analisar as nuances para estruturação de um programa para a realização da “Hackathon UFBA” como uma maratona socioambiental, no dia do meio ambiente, 05 de junho. Para ele, “será o momento da UFBA utilizar o valor do conhecimento para causar impacto nos problemas existentes e levar soluções possíveis”.

Além de ser uma oportunidade dos estudantes mostrarem seus talentos, uma hackathon é uma oportunidade para capacitar professores e coordenadores com o potencial de fomentar um diálogo com empresas, explicou a diretora do Instituto de computação, Fabíola Grave. Ela chamou atenção sobre quem será beneficiado por essas maratonas: “É preciso trabalhar esses campeonatos como a UFBA sendo o espaço, um laboratório de problemas que possam ser resolvidos para o proveito da própria comunidade universitária.”

Para o professor da Escola de Administração da UFBA Horácio Hastenreiter, as maratonas são ecossistemas abertos de inovação e um desafio para a UFBA, com a possibilidade de ser mais produtiva e de firmar conexão entre os diversos atores, trazendo uma agenda de problemas que sejam relevantes e emergenciais.

O engenheiro Paulo Gonzalez, formado pela UFBA e diretor de inovação da empresa de engenharia de projetos Kempetro, enxerga a realização de uma Hackathon UFBA como “um evento maravilhoso para fomentar o conhecimento, transpor os limites da Universidade e alcançar as empresa. É literalmente, uma participação da universidade no mundo empresarial, apresentando aos estudantes os problemas como acontecem no dia-a-dia e precisam ser atacados”.

 

Fonte: UFBA / Edgardigital – Josemara Veloso

Foto: UFBA / Edgardigital

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