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Projeto de pesquisadora da UFBA vence prêmio “Meninas na Ciência” da SBPC

A pesquisadora Ariane Leite do Nascimento, graduanda em ciências biológicas pela UFBA, foi uma das vencedoras da 4ª edição do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”, criado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Neste ano, o tema do prêmio foi “Meninas na Ciência”, premiando pesquisas de iniciação científica que demonstram criatividade, boa aplicação do método científico e potencial de contribuição com a ciência no futuro. Ela vai receber a premiação em cerimônia nesta sexta-feira, dia 10 de março, em São Paulo, com transmissão pelo canal da SBPC no YouTube. 

O trabalho “Botânica sempre viva” venceu na área de Biológicas e Saúde, juntamente com a pesquisa de Anita de Souza Silva, graduada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), com o projeto “Diagnóstico da Leishmaniose Visceral em cães e percepção dos tutores de cães e gatos sobre a doença”. Nesta edição, a premiação recebeu indicações de 446 candidatas de 223 instituições de todas as regiões do país.

CEGUEIRA BOTÂNICA

O projeto de extensão Botânica Sempre Viva, cadastrado e financiado pela Pró-reitoria de Extensão (Proext) da UFBA, nasceu como uma tentativa de mitigação dos efeitos da chamada “cegueira botânica” – termo cunhado para ilustrar a dificuldade das pessoas em compreender a importância das plantas para o ecossistema e para a humanidade. Muitos estudos apontam que uma das razões dessa incompreensão está na maneira que a botânica é ensinada nas escolas: excessivamente teórica, descontextualizada e com vocabulário extremamente novo para o estudante.

“Assim, propusemos a difusão das sementes da botânica para além da divulgação de curiosidades em redes sociais, como vínhamos fazendo até então. Expandimos para o âmbito escolar, fazendo nascer um novo ramo do projeto: o “Botânica Sempre Viva e Em Aula”, explica Ariane.

O trabalho começou com a colaboração de professores e alunos de graduação e pós-graduação da UFBA e de professores de ensino médio de Salvador e outras cidades baianas. Ariane e seu grupo de alunas pesquisadoras (ver na foto) desenvolveram materiais didáticos virtuais: jogo de perguntas e respostas sobre os ciclos reprodutivos e evolução dos quatro grandes grupos de plantas terrestres; vídeo-cordel sobre fitormônios com uma explicação animada e contextualizada em uma história de cordel e a Cartilha em PDF editorada pela Editora da UFBA (Edufba), com situações-problema que relacionam morfologia vegetal com genética e evolução.

Todos os materiais estão disponíveis no: (https://botanicasempreviva.wixsite.com/botanica-sempre-viva/educa%C3%A7%C3%A3o).

O PRÊMIO

Criado em 2019, o Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” é uma homenagem da SBPC às cientistas brasileiras destacadas e às futuras cientistas brasileiras de notório talento, que leva o nome de sua primeira presidente mulher, Carolina Martuscelli Bori. A SBPC criou essa premiação por acreditar que homenagear as cientistas brasileiras e incentivar as meninas a se interessarem por este universo é uma ação marcante de sua trajetória histórica, na qual tantas mulheres foram protagonistas do trabalho e de anos de lutas e sucesso da maior sociedade científica do País e da América do Sul.

“É gratificante participar dessa premiação, ainda mais com um projeto que todas nós do Botânica Sempre Viva realizamos com tanto cuidado, acreditando na importância de divulgarmos e valorizarmos a biodiversidade florística, como um trabalho de retorno ao que o país e a Universidade investem em nós, estudantes do ensino público”, afirma Ariane.

Sobre a aluna

Ariane nasceu em São Paulo capital, tem 22 anos e entrou na Universidade Federal da Bahia para cursar ciências biológicas em 2019. Em algumas viagens feitas pelo Nordeste, conheceu projetos ambientais que lhe chamaram a atenção – “e esse encantamento perdurou, e ainda perdura” -, até decidir vir para a terras baianas, para ficar mais próxima à natureza e cursar a faculdade “que está me levando a fazer brotar e crescer os sonhos plantados na infância”. Ela explica: “Quando digo ‘plantados’ e ‘fazer brotar’, é quase literalmente, pois foi a botânica que me iniciou na jornada acadêmica, pelo projeto Botânica Sempre Viva, ao lado de pesquisadoras incríveis”.

Desde 2020, então, foram produzidos e apresentados sete resumos em diferentes congressos e eventos científicos. A graduanda ganhou dois prêmios em 2022: 1º lugar na categoria vídeo-pôster na XVII Semana de Biologia da UFBA (“Botânica Sempre Viva e Em Aula e o Desenvolvimento de Materiais Didáticos para o Ensino de Botânica”); 1º lugar na categoria fauna no IX Concurso de fotografia do XI Simpósio sobre a Diversidade da Mata Atlântica. Atualmente atua no projeto “Econtos: divulgando ecologia para o público infanto-juvenil”. Ela é ainda bolsista de iniciação científica em um projeto que trata do efeito das mudanças climáticas futuras em um grupo de bambus pigmeus da Mata Atlântica.

“Nosso objetivo maior é transformar a visão dessa área importantíssima da Ciência, a Botânica, no centro da nossa formação como indivíduos e cidadãos, que é a escola. O ensino de botânica desde a base escolar é um grande difusor do entendimento da importância das plantas ao redor, e não precisa ser exaustivo. Sua beleza pode ser explorada de infinitas formas e é isso que queremos inspirar”, finaliza.

PREMIAÇÃO

A cerimônia de premiação será realizada no dia 10 de março, no Auditório do Centro Educacional Maria Antônia (Ceuma/USP), em São Paulo, com transmissão pelo canal da SBPC no YouTube. A data do evento foi escolhida em celebração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela Unesco. As premiadas receberão uma visita guiada ao Museu do Ipiranga e um troféu, além de passagens aéreas e diárias para a cerimônia presencial de premiação e para a 75ª Reunião Anual da SBPC, que será realizada em Curitiba (PR).

Fonte: UFBA – Edgardigital

Foto: UFBA – Edgardigital

 

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