Duas cientistas da Bahia no 4ºPrêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) anuncia as vencedoras da 4ª edição do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”, que nesta edição premia a categoria “Meninas na Ciência”, cujas pesquisas de iniciação científica demonstraram criatividade, boa aplicação do método científico e potencial de contribuição com a ciência no futuro. Entre as vencedoras está Ariane Leite do Nascimento, graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Bahia, com o trabalho “Botânica sempre viva”. Também recebeu Menção Honrosa do Ensino Médio, Gabrielly Cardoso Rocha, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia com o projeto “Software de mapeamento de queimadas em biomas”. A cerimônia de entrega da premiação será no dia 10 de fevereiro, em comemoração ao “Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência”
Nesta edição, a premiação recebeu indicações de 446 candidatas de 223 instituições de todas as regiões do País. Foram 126 indicadas para a categoria Ensino Médio e 320 para a Graduação, categoria subdivida entre três grandes áreas do conhecimento: Biológicas e Saúde (126), Engenharias, Exatas e Ciências da Terra (103) e Humanidades (91).
Uma comissão julgadora escolheu nove vencedoras, sendo três do Ensino Médio e seis da Graduação. Também foram concedidas nove menções honrosas, sendo três do Ensino Médio e seis da Graduação.
Na área de Humanidades as vencedoras são Alessandra Stefanello, graduanda de Letras na Universidade Federal de Santa Maria pelo trabalho “Um outro olhar para a língua: a posse da terra e o direito à propriedade”; e Denise Barrozo de Paula, graduada de Psicologia na Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Paulo, pelo projeto “Representações, sentidos e valores da menina negra na literatura infanto-juvenil: um estudo a partir do livro a cor da ternura de Geni Guimarães”. As estudantes Laura Gabriella Muniz da Silva, graduanda em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com o projeto “Transformando vítimas em protagonistas: a pedagogia de Paulo Freire na educação em direitos humanos”; e Vanessa Nogueira Matos, graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal de Jataí (UFJ), Jataí (GO), com o trabalho “A infância em diário de Bitita: o memorialismo poético de Carolina Maria de Jesus”, receberam menção honrosa.
Anita de Souza Silva, graduada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), com o projeto “Diagnóstico da Leishmaniose Visceral em cães e percepção dos tutores de cães e gatos sobre a doença”, e Ariane Leite do Nascimento, graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com o trabalho “Botânica sempre viva”, são as vencedoras na área de Biológicas e Saúde. As menções honrosas foram para Camila Vitória Ferreira Mendes, graduanda na Universidade Federal do Pará (UFPA), pelo projeto “Análise funcional de microRNAs na doença dermatológica Vitiligo”, e Carolina Batista Nunes, graduanda em Ciências Biológicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pelo projeto “Conhecimento de pescadores sobre mudanças ambientais na água e no pulso de inundação dos rios Tapajós e Tocantins, Amazônia brasileira”.
Na área de Engenharias, Exatas e Ciências da Terra as vencedoras foram Amanda Guimarães Melo, graduanda em Matemática na Universidade Federal do Sergipe (UFS), pelo trabalho “Equação de Logística Fracionária”, e Sara Lüneburger, formada em Química pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), pelo projeto “Biodiesel production from Hevea Brasiliensis seed oil”. As menções honrosas foram para Maitá Carvalho Micol, graduanda em Ciências Moleculares com especialização em Física pela Universidade de São Paulo (USP), pelo trabalho “Estudo de Processos Físicos e Emissão de Altas Energias em torno de Buracos Negros com Técnicas de Inteligência Artificial”, e Wadja Feitosa dos Santos Silva, graduanda do curso de Química Tecnológica e Industrial da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo trabalho “Planejamento de alfa-Cianoacrilatos e alfa-Cianoacrilamidas Baseado em Fragmentos, como Inibidores da NS2B/NS3 dos Vírus Dengue e Zika”.
No Ensino Médio as vencedoras foram Camily Pereira dos Santos, estudante do curso Técnico em Informática integrado do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, pelo trabalho “Desenvolvimento de material biodegradável para absorventes femininos”; Gabrielly Santos Souza, estudante do Centro de Ensino Médio Elefante Branco, pelo projeto “Biodiversidade, ciência e juventude negritude, política e protagonismo juvenil”; e Isabelle Almeida Novais, estudante da Escola Estadual Fernão Dias Paes, de São Paulo, pelo trabalho “A influência da infraestrutura dos hospitais públicos na realização do diagnóstico da mielomeningocele fetal”.
As menções honrosas do Ensino Médio foram para Amanda Ribeiro Machado, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, pelo projeto “Desenvolvimento de celulose bacteriana a partir dos resíduos do processamento da uva”; Ana Beatriz Caetano Ribeiro, do Centro Paula Souza – ETEC de Campo Limpo Paulista/Unesp pelo trabalho “A posição brasileira na ONU frente ao desarmamento nuclear (1997-2017)”; e Gabrielly Cardoso Rocha, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia com o projeto “Software de mapeamento de queimadas em biomas”.
A vice-presidente da SBPC, Fernanda Sobral, destaca a grande diversidade dos trabalhos desenvolvidos e da origem das candidatas de instituições públicas e privadas. “Isso mostra que cada vez mais as meninas estão presentes na ciência em todos os campos do conhecimento, em vários tipos de instituições e em diferentes regiões, o que me deixou muito contente”, disse.
O grande número de inscritas foi outro ponto de destaque para Sobral. “Esse ano tivemos um aumento considerável de indicações. Registramos um aumento de 55% em relação à segunda edição que recebeu indicações de 286 candidatas. Essa quantidade mostra a mobilização das meninas em torno da ciência e, pela qualidade dos trabalhos, podemos vislumbrar trajetórias brilhantes neste setor”, comemora. Segundo ela, a ciência deve ser incentivada entre meninas desde a educação básica.
Após um processo de nominação, no qual as 446 candidatas foram indicadas, a comissão julgadora, constituída por sete membros da comunidade científica de diferentes áreas de conhecimento analisou toda a documentação referente às estudantes e chegou a 82 finalistas da Graduação e do Ensino Médio. Depois, em uma segunda rodada de avaliações, a comissão escolheu as premiadas e as menções honrosas.
“Como tivemos muitos trabalhos finalistas resolvemos premiar duas estudantes de cada área na Graduação e três no Ensino Médio”, comenta Sobral. “Foi um trabalho oneroso para a comissão julgadora, mas muito gratificante porque vimos projetos qualificados”, ressalta a vice-presidente da SBPC.
Compuseram essa comissão, além da vice-presidente da SBPC, Miriam Grossi, Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos e Francilene Procópio Garcia, diretoras da entidade, Maria Vargas, membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Vanderlan Bolzani, presidente da Aciesp, conselheira da SBPC e criadora do prêmio quando era vice-presidente da entidade, e Fernanda Werneck, pesquisadora titular e coordenadora do Programa de Coleções Científicas e Biológicas e Curadora da Coleção de Anfíbios e Répteis do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
As premiadas receberão uma visita guiada ao Museu do Ipiranga e um troféu. Além disso, as nove agraciadas recebem passagens aéreas e diárias para a cerimônia presencial de premiação, que será em São Paulo, e para a 75ª Reunião Anual, que será realizada em Curitiba (PR). As menções honrosas irão receber troféu. E todas as finalistas receberão certificado como forma de reconhecimento.
A cerimônia de premiação será realizada no dia 10 de fevereiro, no Auditório do CEUMA (Rua Maria Antonia, 294 – 3º andar – São Paulo/SP), com transmissão pelo canal da SBPC no YouTube, às 15h00. A data do evento foi escolhida em celebração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela Unesco.
O 4º Prêmio “Carolina Bori – Ciência & Mulher” conta com o apoio da ABlink e apoio institucional do Centro Universitário Maria Antonia.
HOMENAGEM ÀS CIENTISTAS BRASILEIRAS
Criado em 2019, o Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” é uma homenagem da SBPC às cientistas brasileiras destacadas e às futuras cientistas brasileiras de notório talento, que leva o nome de sua primeira presidente mulher, Carolina Martuscelli Bori. A SBPC – que já teve três mulheres presidentes e hoje a maioria da diretoria é feminina – criou essa premiação por acreditar que homenagear as cientistas brasileiras e incentivar as meninas a se interessarem por este universo é uma ação marcante de sua trajetória histórica, na qual tantas mulheres foram protagonistas do trabalho e de anos de lutas e sucesso da maior sociedade científica do País e da América do Sul.
Fonte: Jornal da Ciência