Futuras cientistas
Programa que destina bolsas de estudos para meninas e professoras nas Ciências ganha o Brasil em 2023. Criado em Pernambuco, o Futuras Cientistas, do Cetene, agora chega às 27 unidades da federação O objetivo é aumentar a participação feminina em carreiras de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. As inscrições estão abertas até o dia 10 de outubro. Das 450 vagas para todo o Brasil, 30 são destinadas para as estudantes e professoras da rede pública da Bahia.
Em 10 anos, centenas de alunas e professoras das redes públicas de ensino da Paraíba, de Pernambuco e de Sergipe passaram pelo Futuras Cientistas. Em 2023, o programa do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), amplia sua atuação para todas as unidades da federação. Com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), 470 vagas estão sendo ofertadas para a Imersão Científica, destinadas a alunas do 2º do ensino médio e professoras da rede pública de todo o Brasil.
Com quatro módulos de atuação, o Programa Futuras Cientistas tem na Imersão Científica sua porta de entrada. A primeira modalidade é promovida anualmente, sempre no período de férias escolares, e recebe em laboratórios de pesquisa estudantes e professoras para um mergulho de semanas no cotidiano de um cientista. Para subsidiar a participação, as selecionadas recebem um auxílio de R$ 483. Na modalidade remota, elas também receberão todos os materiais necessários para a realização dos experimentos dos planos de trabalho. Neste ano, 108 propostas de atividades foram inscritas. As aprovadas podem ser conferidas no site oficial da Instituição.
INSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ O DIA 10 DE OUTUBRO.
Cliique aqui e confira o edital e formulário de inscrição
ATUAÇÃO E RECONHECIMENTO
Em 2022, o Futuras foi o vencedor do Prêmio Movimento LED na categoria Educação Não-formal, o certame realizado pela Rede Globo e a Fundação Roberto Marinho é voltado a iniciativas de inovação na educação brasileira. A premiação exibida em horário nobre na programação da TV Aberta lançou ainda mais holofotes para o programa, que antes da nacionalização já recebia propostas de participação de meninas de diversos lugares do País. Com o apoio do Consulado dos Estados Unidos da América, no Recife, a iniciativa que nasceu na capital pernambucana ganhou edições na Paraíba e em Sergipe.
A cientista Dra. Giovanna Machado, diretora do Cetene e criadora do Programa, destaca a importância social do projeto. “O Futuras Cientistas mostrou que é possível, sim, contribuir com a inserção de meninas e mulheres nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. ‘STEM’, como dizemos em inglês. Embora sejamos, nós, mulheres, maioria nessas áreas, continuamos muito aquém das oportunidades e dos cargos de liderança, somos uma sub-representação. Nosso objetivo é transformar essa realidade, é nossa responsabilidade”, declara a especialista em Nanotecnologia.
De 2012 até aqui, 205 meninas e mulheres foram contempladas. “Em 2023, em um só ano, estaremos oferecendo mais que o dobro de vagas”, comemora Machado, que reforça a importância da participação do professorado. “A nossa ação é coletiva, envolve diversos agentes, temos orgulho de conhecer essas meninas que são esse futuro possível, mas também é essencial contar com a participação das professoras, afinal elas são as primeiras multiplicadoras”, crava Giovanna, ao explicar que os experimentos da imersão devem contribuir com a didática adotada para o ensino das Ciências Exatas em sala de aula.
Outro módulo importante para a missão do programa é a Banca de Estudos, destinado a alunas em fase final. “A banca é uma espécie de cursinho popular, um preparatório para o vestibular. Nós recrutamos pós-graduados e acadêmicos em outras modalidades de ensino para dividirem seu conhecimento com as inscritas, que ainda recebem uma bolsa para minimizar os desafios de manutenção nas aulas”, explica Luísa Almeida, voluntária do Futuras Cientistas. Estimados 70% das meninas que passaram pela experiência, foram aprovadas em vestibulares. Sendo que, destas, 80% ingressaram nas áreas de STEM.
Fonte: Academia Brasileira de Ciências / MCTI / Cetene