Pesquisadores da UFRB realizam estudo sobre turismo sustentável em Praia do Forte
Atualmente, as atividades turísticas na região impactam significativamente a economia do município de Mata de São João, contribuindo diretamente no desenvolvimento de receitas e ampliação das vagas de trabalhos nos variados setores econômicos: construção civil, comércio, serviços, produção artesanal, agricultura, entre outros.
Apesar do movimento gerado, discussões sobre os impactos econômicos, culturais, naturais e sociais do turismo geram diversas opiniões entre empresários, nativos e trabalhadores da área. Segundo o pesquisador Antônio Soares, o formato de atividade turística da Praia do Forte dinamiza uma produção lucrativa, porém produz concentração de renda e aumento das desigualdades sociais.
“Na dinâmica do turismo de alta lucratividade controlada por poucas pessoas, há o surgimento do turismo predatório, que tem efeitos adversos na vida da população genuína das áreas exploradas”, afirma.
Foi verificado que o turismo feroz também pode ocasionar fatores como o aumento da violência, criminalidade e exploração sexual. ”Existem impactos negativos trazidos pelo turismo, entre eles, a devastação ambiental, a concentração de riquezas e bens, a exclusão dos nativos de ambientes que antes eram, inclusive, de propriedades deles”, conta o estudante Danilo da Silva.
Os pesquisadores ressaltam a necessidade de criação de políticas públicas e maior monitoramento por parte do poder público a fim de afirmar o turismo como gerador de economia sustentável e mecanismo de combate à violência e tráfico de drogas.
RECÔNCAVO
As perspectivas do estudo apontam também para a possibilidade de implantar a pesquisa em cidades de médio e pequeno porte do Recôncavo Baiano com rica capacidade cultural turística, tendo em vista o enfretamento ao turismo predatório.
“O Recôncavo se revela cada vez mais; com cachoeiras lindíssimas, todo um constructo de metanarrativas importantes para a Bahia e Brasil, então ele é detentor de todos os elementos importantes para o turismo”, reforça o professor Antônio sobre a importância de pensar as potencialidades da atividade turística na região.
A partir dessas intervenções, o estudo indica a inadiável tarefa de criar ferramentas que acolham a população local. “Levantar dados e ações, propor políticas públicas que aproximem os nativos da realidade, fortalecendo o sentimento de pertencimento neles”, finaliza Danilo.
Fonte: UFRB