Professor desenvolve tecnologia que diminui manchas na pele de pessoas com Melasma
Substância testada em 60 voluntárias foi responsável por uma redução de 62% na intensidade de hiperpigmentação.
A inovação proposta pelo pesquisador trata-se de um sistema nanotecnológico de administração tópica para procedimentos de peelings químicos, que são tratamentos estéticos feitos com a aplicação de ácidos sobre a pele. Esse sistema, que tem a capacidade de transportar os insumos ativos através da pele, demonstrou uma melhor eficácia no tratamento de Melasma. Além disso, tal sistema tem menor concentração de retinóides, o que, diminui a possibilidade de efeitos adversos.
O pesquisador explica que, embora se trate de um distúrbio comum, encontrado em uma parte significativa da população, especialmente em mulheres, o tratamento atual ainda é insatisfatório. “Pela grande recorrência das lesões e pela ausência de uma alternativa de clareamento definitivo, o tratamento não é tão satisfatório para a maioria das pessoas. Alguns estudos indicam que para ter melhor eficácia é preciso utilizar os fotoprotetores e clareadores como as medidas de primeira linha”.
No desenvolvimento da sua pesquisa, Mateus Leite, que atualmente é professor na Universidade Federal de Alfenas, percebeu que nenhuma terapia isolada se mostrou benéfica para o tratamento de todos os tipos de Melasma, mas a combinação de modalidades de tratamento poderia ser utilizada para a otimização do tratamento. “A menor concentração de retinóides utilizada neste produto para a pele, que é 10 vezes menor do que convencionalmente é adotado em procedimentos de peelings químicos, mostrou-se mais segura e foi responsável por uma redução de 62% na intensidade de hiperpigmentação de Melasma, com apenas quatro aplicações tópicas”.
O produto foi avaliado em um estudo clínico controlado em 60 pacientes voluntárias do sexo feminino. Todas foram acompanhadas por meio de exames regulares, verificando-se parâmetros hematológicos e bioquímicos, especialmente os parâmetros hepáticos, que permaneceram inalterados. O tempo deste estudo foi de 30 meses, desde o desenvolvimento até a avaliação clínica.
Os próximos passos, segundo o criador da tecnologia, é que o produto seja comercializado por alguma empresa e assim possa chegar até a população. Mateus Leite destaca ainda que a médica Ana Carolina Andrade, que foi sua aluna de mestrado, teve atuação importante no trabalho, além da participação de outras alunas de iniciação científica e tecnológica. Com patente concedida em 2020 pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a invenção está no aguardo de empresas interessadas em licenciar a tecnologia.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação para contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br.
Fonte: SECTI
Foto: divulgação