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Iniciativa de apoio a mulheres negras rende prêmio a aluna da Ufba

Keli Cristina Silva (foto) é estudante do curso de geografia do Instituto de Geociências da UFBA.

“Sou parceira do Coletivo para Todas, que tem a principal função incentivar o estudo da teoria feminista com o foco em mulheres de todas as classes, raças e localidades. E para além disso, ajudo a sanar mazelas mais imediatas arrecadando e distribuindo alimentos, material de higiene e de limpeza, no projeto Mãe Preta. Sigo também no propósito de estruturar uma biblioteca comunitária, onde já tenho dois mil exemplares doados por amigos e professores”, conta.

O projeto “Mãe Preta” surgiu durante a pandemia da Covid-19, momento em que a estudante se deparou com inúmeras dificuldades enfrentadas por mulheres pretas que são ‘mães solo’, em especial aquelas que se encontram em condições de vulnerabilidade social. Durante esses dois anos, quase 400 pessoas já foram atendidas com a distribuição de materiais de limpeza, alimentação e higiene pessoal. E Keli não parou por aí. O “Mãe Preta” se estendeu e atualmente proporciona a ascensão de mulheres através do acesso ao conhecimento na biblioteca comunitária, que foi estruturada na comunidade do Alto de Ondina, em Salvador.

O “Viva o seu sonho” integra o um dos programas da Soroptimist Internacional, organização voluntária que oferece às mulheres e meninas o acesso à educação e aos treinamentos necessários para que alcancem a autonomia econômica. A iniciativa premia financeiramente aquelas que fazem supletivo para conclusão do ensino médio ou estão em um curso de graduação, e são também mantenedoras de suas famílias.

Na expectativa para a seletiva nacional, prevista para maio deste ano, a estudante espera que sua participação sirva como referência para outras estudantes. “Participei da etapa regional, porém como no Nordeste não tem clube Soroptimista, minha inscrição foi para Curitiba, e lá fui a primeira colocada, o que me coloca em condição para participar do concurso a nível nacional. Minha expectativa é de sair vencedora, mas se não, que pelo menos minha história alcance e inspire a outras mulheres”, disse a aluna, que também é bolsista Programa Permanecer da UFBA.

Keli conheceu o prêmio “Viva seu sonho” por meio de sua orientadora, a professora Grace Alves, que leciona na graduação e pós-graduação de Geografia do Igeo, e que, em sua atuação como docente, busca estimular suas alunas a atingir seus objetivos acadêmicos e pessoais. “Nossas alunas têm muito potencial e nem sempre se veem em outras posições, muitas vezes por falta de exemplos. Acredito que é essencial incentivá-las e estar por dentro das possibilidades existentes”, afirmou.

O estímulo da professora Grace foi fundamental e, por isso, Keli não hesitou e fez sua inscrição na seleção. Sabendo dos desafios de ser mulher negra e ter que conciliar a maternidade com os estudos, ela se sentiu no dever de incentivar outras mulheres com realidades semelhantes à sua.

Fonte: UFBA / Edgardigital

Foto: Edgardigital

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