A professora da USP, Cristiane Guzzo, fala dos testes de laboratório sobre esse mecanismo inédito para ação antiviral.
A professora da USP, Cristiane Guzzo, fala dos testes de laboratório sobre esse mecanismo inédito para ação antiviral.
Em um primeiro momento, foram utilizadas células de macacos. Com “apenas 1,2% de NaCl já tinha 100% de inibição”, afirmou. Quando os cientistas utilizaram células do epitélio pulmonar humano, para a mesma concentração de NaCl, a eficácia foi de 90%. “Tem um resultado muito promissor do efeito do NaCl sobre a replicação do sars-cov-2”, destacou a professora.
Cristiane destaca que, no experimento, utilizou-se o NaCl de alta pureza e água, sem contaminação de microrganismos ou outros compostos. “Compramos ele, produzimos em alta pureza e o mantemos estéril para fazermos os nossos experimentos e não ter contaminação com outros microrganismos.”
A PESQUISA
A pesquisa está na primeira fase. Para ser utilizado em um possível tratamento, necessita de mais estudos e passar por outras fases, que incluiriam a produção de um inalador, como aqueles utilizados para resfriados. “Estamos continuando isso, com formas diferentes de conseguir chegar ao sal no pulmão e tentar validar a eficácia para um futuro tratamento para covid”, ressaltou a professora.
Outro ponto abordado por Cristiane é que a solução hipersônica nunca foi utilizada para impedir a replicação do vírus. No geral, os tratamentos que a utilizam são para retirar secreções de vias aéreas e auxiliar na parte respiratória. “Se ela mostrar eficácia, também terá outros efeitos benéficos para o corpo, como melhorar o sistema imunológico no local, ajudar a tirar essa secreção e ajudar nas vias respiratórias”, afirmou.
MECANISMO DE AÇÃO
Quando as células estão sob efeito do sal, ficam desbalanceadas e precisam diminuir a quantidade de NaCl, colocando-o para fora, o que necessita de um grande gasto de ATP (energia). Caso o vírus já tenha infectado essa célula, precisará dessa energia para realizar sua replicação. Porém, como tudo já foi gasto com o balanceamento da concentração de sal, não resta energia para criação de material viral. “Nunca tinha sido mostrado esse mecanismo e, entendendo ele, conseguimos prever se realmente o sal funciona com o sar-cov-2?, disse a professora.
Para ler o estudo completo, clique aqui.
Fonte: Jornal da USP